O Trabalho

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A palavra trabalho tem origem e deriva do latim “tripalium”, que consistia em uma ferramenta dotada de três pernas, cujo fim era realizar a imobilização de cavalos e bois para serem marcados com a identificação de seus proprietários, era, também, utilizado enquanto ferramenta de tortura contra os escravos, surgindo daí o verbo “tripaliare” cujo significado era “torturar”.
No período feudal o trabalho, sobretudo o trabalho braçal e que exigia o emprego da força, era tido como sistema de servidão, pelo qual os senhores feudais se utilizavam da mão-de-obra de camponeses para a lida da terra e no trato dos animais, enfim, a realização de todas as atividades laborais de cunho físico.
Como se percebe, ao longo da história, havia a conexão da palavra trabalho com a ideia de sofrimento, de algo penoso.
Avançando no tempo, o trabalho à época da primeira revolução industrial era caracterizado por fábricas com ambientes insalubres, sem a menor preocupação com a qualidade de vida dos trabalhadores, com cargas horárias pesadas, superando, muitas vezes até 80 horas semanais, porque o que importava era produzir, o sistema remuneratório era muito baixo, em muitos casos até mesmo insuficiente ao nível de dignidade de subsistência do trabalhador e sua família.
Já, por sua vez, na segunda revolução industrial houveram mudanças nas relações do trabalho, na sua forma de como desenvolver as atividades profissionais e na maneira de viver, o trabalho artesanal diminuiu, dando lugar à produção de mercadorias industrializadas em maior escala e com a redução no seu tempo de fabricação, via a implementação das conhecidas “linhas de montagem”, configurando assim uma sistemática de estruturação do trabalho mais organizada e elaborada, mas ainda persistindo um certo grau de exploração da força laboral.
Com o passar do tempo, com a advento e a proliferação das inovações tecnológicas o trabalho ganhou uma nova dimensão e isso também refletiu no “modus operandi” da realização das atividades, vieram as conquistas de benefícios sociais , a regulamentação do trabalho de modo a que o trabalhador tivesse reconhecimento e valorização, uma luta que segue e que há que se manter viva, mas, há em curso, em última análise uma correlação de forças menos desigual, inclusive no tocante ao relacionamento entre o trabalhador e seu mantenedor, até mesmo na semântica, onde o trabalhador assume uma postura de colaborador e de parceiro.
Finalizando, neste primeiro de maio e neste mês de reflexão sobre a importância do trabalho enquanto mecanismo de transformação e de melhoria no tecido social, fica o desafio em seguir nesse processo de evolução da missão sagrada a qual é atribuída ao trabalhador.
Marco Aurélio B D’Oliveira.

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