Boa parte das hortaliças que chegam até a mesa dos campo-grandenses vêm do trabalho de agricultores familiares de Mato Grosso do Sul, que encontram na atividade a paixão e o sustento. Lineker de Lima é um dos mais de 71 mil agricultores familiares que acorda cedo e enfrenta o sol e o calor para produzir hortaliças frescas que chegam diariamente a residências e restaurantes.
Lineker e sua família são responsáveis pela Horta Oceania, localizada no bairro Tiradentes, em Campo Grande. Ali, na margem do asfalto, eles produzem mais de 15 variedades de hortaliças.
Na realidade familiar de quem produz para atender restaurantes e famílias que vão até a horta fazer suas compras, eles nem sabem estimar a quantidade produzida por dia ou mês. Mas contabiliza que só de alface sejam 20 mil pés plantados, com venda direta de 3 mil por semana.
Em 28 de julho se comemora o Dia do Agricultor, que é só mais um dia normal na vida desses homens e mulheres que usam a terra para produzir o melhor.
“Já tive outros trabalhos, mas é motivante trabalhar com a terra. Ver as verduras crescendo, as pessoas comprando, indicando pra outros amigos. É nossa maior felicidade”, conta ele que diz que enquanto tem luz do sol, está trabalhando.
De acordo com a Agraer (Agência de Desenvolvimento Agrário e Extensão Rural), Mato Grosso do Sul tem atualmente 71,2 mil agricultores familiares, distribuídos em 375 assentamentos. Além deles, há quilombolas, indígenas e pescadores ribeirinhos que também entram no número total de agricultores familiares.
Por ser uma atividade familiar e muitas vezes informal é impossível precisar a produção estadual hortaliças, leite, mandioca e frutas. Mas, de longe, a mandioca é o principal item, produzido em Mato Grosso do Sul, devido a familiaridade dos produtores com o cultivo.
Central de Abastecimento
Nem todos os agricultores familiares vendem para a Ceasa/MS (Central de Abastecimento de MS), por questões logísticas ou de preço. Praticamente toda a produção atende ao mercado interno, seja em venda direta, compras públicas ou feiras.
No primeiro semestre do ano, 13,3% de todos os hortifrútis que passaram pela comercialização da Ceasa/MS (Central de Abastecimento de MS) foram de produtores locais. O percentual de fornecimento de produtos é o terceiro maior da Ceasa/MS, sendo que a maioria dos itens vendidos ali vêm de São Paulo, o equivalente a 25,7% do total. Paraná ocupa a segunda posição com 17,7% dos produtos comercializados pela Ceasa/MS no primeiro semestre.
Dos 20 principais produtos comercializados pela Ceasa/MS, só a cebola não tem produção regional. Sendo que em relação a mandioca e ovos, mais de 80% do comercializado é produzido localmente. Além disso, o Estado responde por 51,7% do alface, 29,8% da melancia, 24% do limão, 23% da tangerina, 23% da abóbora e 18% da laranja.
Fonte: midiamax