A Casa Branca criticou duramente o Brasil, nesta segunda-feira (17), depois de comentários do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), sobre a guerra na Ucrânia. Segundo o porta-voz do Conselho de Segurança Nacional dos Estados Unidos, John Kirby, “o Brasil está papagueando a propaganda russa e chinesa sem observar os fatos em absoluto”.
No domingo (16), Lula voltou a colocar o governo ucraniano como um dos responsáveis pela guerra. O presidente afirmou, ainda, que os Estados Unidos e países europeus contribuem para a continuidade do conflito, uma vez que fornecem armas à Ucrânia.
“O presidente [da Rússia Vladimir] Putin não toma iniciativa de paz, o [presidente da Ucrânia Volodymyr] Zelenskiy não toma iniciativa de paz. A Europa e os Estados Unidos terminam dando uma contribuição para a continuidade dessa guerra. Eu acho que a gente precisa sentar numa mesa e dizer ‘chega!’”, disse.
“Eu penso que a construção da guerra foi mais fácil do que será a saída da guerra, porque a decisão da guerra foi tomada por dois países e agora o que nós estamos tentando construir? Nós estamos tentando construir um grupo de países que não têm nenhum envolvimento com a guerra, que não querem a guerra, que defendem construir paz no mundo para conversarmos tanto com a Rússia quanto com a Ucrânia”, completou.
O presidente também propôs a criação de um “G20 da paz” para negociar o fim da guerra, iniciada com a invasão russa ao país vizinho em fevereiro de 2022.
“Todo mundo sabe que eu já propus a criação de uma espécie de G20 da paz. Quando houve a crise econômica de 2008, rapidamente nós criamos o G20 para salvar a economia. Agora é preciso criar um novo G20 para acabar com a guerra e restabelecer a paz… Eu acho que vai dar certo”, declarou.
Dias depois de fazer uma visita oficial à China e se reunir com o presidente chinês, Xi Jinping, Lula afirmou que esse grupo de países mediadores incluiria Brasil, China e, possivelmente, outros países da América Latina. O presidente disse ter tratado da guerra na Ucrânia na conversa que teve com Xi, assim como em diálogos que manteve com o presidente dos EUA, Joe Biden, o chanceler da Alemanha, Olaf Scholz, e o presidente da França, Emmanuel Macron.