Após fazer críticas ao Governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o senador Nelsinho Trad pode trocar o PSD pelo PL e ser candidato a reeleição com o apoio do ex-presidente Jair Bolsonaro. Réu em várias ações por improbidade e até condenado em primeira instância por improbidade no caso da Solurb, o ex-prefeito da Capital tenta surfar na onda do bolsonarismo no Estado.
De acordo com o jornal Correio do Estado, o senador recebeu o convite do presidente nacional do PL, o deputado federal Valdemar Costa Neto, e até estaria com reunião agendada para discutir o assunto com Bolsonaro.
Atualmente, Nelsinho preside o PSD no Estado, partido que conta com os irmãos, o ex-prefeito Marquinhos Trad e o ex-deputado federal Fábio Trad. Nesta semana, ele não deu o comando do diretório municipal para Marquinhos. O deputado estadual Pedro Pedrossian Neto foi escolhido e anunciado como pré-candidato a prefeito.
Por meio da assessoria, Nelsinho minimizou a informação de que pode assumir o PL, desbancando o deputado federal Marcos Pollon. Em entrevista ao jornal O Estado de Mato Grosso do Sul, Bolsonaro limitou-se a dizer que o parlamentar tem futuro.
“Essas especulações são normais no processo político…estamos no momento focados na reestruturação do PSD MS e dos demais municípios”, afirmou Nelsinho.
A postura de oposição a Lula ficou clara em outra entrevista, ao Campo Grande, ao qual considerou que o petista ainda está na primeira marcha e devagar. “É um governo que ainda não ganhou velocidade de resolução que venha a atender as necessidades dos estados e das prefeituras. Ainda está na primeira marcha. Essa questão de aumentar os ministérios não soou bem. Isso é um retrocesso”, criticou Nelsinho.
O senador ainda afirmou que vem acumulando decepções com Lula, como o fechamento das escolas cívico-militares. “Era um projeto que estava dando certo. Poderia mudar o nome e trocar a roupagem. Mas não tinha a necessidade de desmanchar porque trocou o governo. Sugeri isso na época do Bolsonaro e eles aceitaram, mantendo o programa Casa Verde e Amarela e o Auxílio Brasil”, citou.
Até o arcabouço fiscal, considerado estratégico para a economia voltar a crescer e celebrado pelo mercado financeiro, foi criticado por Nelsinho. “Isso vai dar resultados ruins daqui uns anos para os gestores menores”, afirmou, adotando a linha de Bolsonaro, que criticou a proposta e recomendou voto contra o projeto.
A chegada de Nelsinho ao PL poderá causar uma reviravolta na política estadual, porque ele chegar forte para a reeleição, considerando-se que os bolsonaristas têm se mostrado fieis às orientações de Bolsonaro no Estado.
Ele já tinha apoiado Bolsonaro no segundo turno e esteve no mesmo palanque de notórios bolsonaristas, como Capitão Contar (PRTB), João Henrique Catan, Rodolfo Nogueira e Marcos Pollon.
No PL, Nelsinho pode complicar os planos de Tereza Cristina, que vem trabalhando para o PP chegar forte e ter candidato a senador ou governador nas eleições de 2026. A ex-ministra espera contar com o apoio de Bolsonaro para o seu candidato.
O Jacaré