O PSDB anunciou, nesta quarta-feira (2/8), que não vai compor o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) “em cargo nenhum e sob nenhum pretexto”. Em um comunicado, o partido argumenta que respeita o presidente e quer um país melhor. Portanto, atuarão como “ oposição consequente, que reconhece que não era mais possível continuar como estávamos, mas que também sabe que o país ainda não tem um caminho claro, seguro e sereno de futuro”.
“O atual governo do PT não tem promovido ações consistentes de reconciliação nacional, talvez porque, em sua essência, não queira, não saiba ou não consiga fazê-lo. Esta é uma das muitas divergências que temos com o PT e o que ele representa”, diz a nota.
A sigla afirma ser diferente na forma em que faz oposição e aproveitou para relembrar posturas que o PT adotou em ocasiões passadas. “O PT votou contra a Constituição de 1988. O PT foi contra o Plano Real. Atacaram ferozmente a lei de responsabilidade fiscal. Fizeram campanha irresponsável pelo impeachment do FHC por mera disputa política e eleitoral”.
O PSDB não fará parte do atual governo federal comandado pelo PT, em cargo nenhum e sob nenhum pretexto.
O PSDB ressaltou que não se colocará contra propostas “quando o melhor para o país estiver em jogo” e antecipou que se prepara para retornar com um candidato à presidência em 2026. “Trabalharemos para corrigir e aperfeiçoar os projetos que o governo apresentar, como foi o caso da Reforma Tributária, que só parou em pé após a atuação firme dos governadores. E não deixaremos de denunciar com afinco este governo quando for preciso, como nas estapafúrdias tentativas de se aliar a ditadores e relativizar a democracia”.
“O PSDB entende o desejo de um governo querer ter nossos quadros. Realmente temos políticos e gestores públicos altamente reconhecidos por sua eficiência. Mas este desejo não irá se realizar. Somos oposição. E continuaremos sendo”, finaliza o comunicado.
Segundo o jornal Estadão, o presidente tinha a intenção de dar à federação PSDB-Cidadania um lugar na Esplanada, tentando engordar a base no Congresso. A estratégia isolaria, ainda, o PL antes das eleições de 2024 e de 2026.