O Flamengo “bateu na porta” para aparecer entre os 30 clubes mais ricos do mundo no tradicional estudo “Football Money League” da Deloitte. As palavras são da própria consultoria, que apontou o clube brasileiro um dos capazes de “desafiar” a hegemonia europeia nos maiores faturamentos.
No ranking divulgado na quinta-feira (25), o Everton foi quem “fechou” o top 30, com receitas de 198 milhões de euros (R$ 1,05 bilhão na cotação atual) na temporada 2022/23. Em seu último balanço publicado, referente a 2022, o Flamengo faturou o equivalente a 192 milhões de euros.
É importante ressaltar que a Deloitte considera apenas as chamadas receitas recorrentes dos clubes para seu estudo, ou seja, não entra o dinheiro recebido com negociações de jogadores. No caso do Flamengo, por exemplo, o faturamento total em 2022 foi de R$ 1,15 bilhão (o que representaria mais de 200 milhões de euros), mas R$ 109 milhões vieram da venda de atletas.
Além do ranking de equipes de maior faturamento – que teve o Real Madrid recuperando a liderança do Manchester City em 2022/23 –, a Deloitte também apresenta projeções para os próximos anos. O Flamengo é destacado ao lado do Inter Miami, dos Estados Unidos.
“O Money League foi dominado historicamente por clubes europeus, mas pode haver desafio a essa hegemonia em um futuro próximo, notadamente de clubes dos EUA e do Brasil. O Inter Miami aumentou sua receita significativamente com a chegada de Lionel Messi em 2023, enquanto o Flamengo esteve batendo na porta para entrar no top 30 deste ano”, escreveu a consultoria.
Há um fator que é apontado como chave para que clubes de fora da Europa figurem entre os maiores faturamentos do mundo: o novo formato do Mundial de Clubes organizado pela Fifa, que passará a ser disputado, a partir de 2025, com 32 equipes – sendo 20 não-europeias.
“Esses clubes desafiantes podem se beneficiar de fontes de faturamento adicionais”, escreve a Deloitte sobre o “Super Mundial”, considerando que o Flamengo já está garantido no torneio, por ter sido campeão da CONMEBOL Libertadores de 2022 – Palmeiras e Fluminense são os outros brasileiros também já assegurados na competição, que terá edição inaugural nos EUA.
Como a Fifa ainda não fechou qualquer contrato de direitos de transmissão para o Mundial, ainda é incerto qual será o repasse financeiro que cada clube terá direito ou as premiações por desempenho. A expectativa, no entanto, é de valores bem superiores ao atual formato.
Mesmo ciente dessa projeção, o Flamengo optou por um caminho conservador em seu orçamento para o próximo triênio, que engloba 2025. O clube calculou o mesmo valor recebido em 2023, quando esteve no Mundial (caindo nas semifinais), para direitos de transmissão e prêmios.
Ainda sem o “Super Mundial”, o Flamengo superou em 2023 seu faturamento de 2022, chegando a R$ 1,33 bilhão. Considerando que R$ 282 milhões foram com venda de jogadores, a receita recorrente foi de R$ 1,04 bilhão (equivalente a 197 milhões de euros, ainda mais próximo do que foi a arrecadação do Everton na 30ª posição entre os clubes mais ricos do mundo).
Olhando para o futuro, porém, a Deloitte também traz um contraponto que pode fazer ser ainda mais difícil a missão de Flamengo, Inter Miami ou qualquer outro clube não-europeu aparecer no top 30 da “Liga de Dinheiro do Futebol”: as mudanças nos formatos de torneios da Uefa.
“A iminente expansão da Champions League e Europa League a partir de 2024/25 deverá provavelmente fortalecer a posição financeira dos principais clubes europeus”, analisam, em referência a mudança que fará o principal torneio da Europa ser ampliado para 36 equipes.
Na história, o Flamengo já apareceu uma vez no “Money League”, mas apenas em sua edição inaugural, em 1996/97, na 11ª colocação. Mais recentemente, o Corinthians foi o outro único brasileiro a figurar na lista da Deloitte, em 2011/12 e 12/13, em 32º e 24º respectivamente.