Motoristas listam problemas que tornam trânsito da Capital perigoso

Campo Grande

Em recente enquete realizada pelo Campo Grande News sobre o sentimento de segurança ao dirigir no trânsito da Capital, maioria dos leitores optou pelo “não”, ou seja, 84% são daqueles que têm este receio, enquanto 16% disseram o contrário.

Mas afinal, quais são fatores que influenciam motoristas a pensar dessa forma? Em um “giro” pela cidade, a reportagem conversou com condutores para saber quais são os problemas, mais preocupantes, enfrentados por eles no dia a dia.

Ruberlei Dias Prado, de 56 anos, motorista profissional, afirma que, às vezes, se sente inseguro devido ao desrespeito de motoristas às sinalizações no trânsito, principalmente motociclistas. “Procuro dirigir conforme as regras, mas no trânsito, é preciso cuidar de si e do outro”.

Sônia Regina Félix acredita que formação influencia. (Foto: Kísie Ainoã)
Para a babá Sônia Regina Félix, de 43 anos, a sensação de perigo é constante, uma vez que se depara com inúmeras situações de risco, enquanto conduz sua motocicleta. Oriunda de Pedro Gomes, a 306 quilômetros de Campo Grande, ela acha que os motoristas campo-grandenses dirigem mal e vê nas novas habilitações um dos maiores problemas no trânsito. “São várias situações como fechar o cruzamento, passar no sinal vermelho e outras que nos prendem a atenção. Aqui, por ser a Capital, acho que tem muita escola de formação e esse excesso pode refletir em menos qualidade. Muitos condutores, na maioria jovens, acham que sabem sabendo dirigir”, disse a motociclista, reforçando a necessidade da experiência para uma boa condução.

Luiz Antônio Gusmão reprova atitudes de campo-grandenses. (Foto: Kísie Ainoã)
O técnico químico Luiz Antônio Gusmão Moraes, de 63 anos, veio de Lins, no interior de São Paulo, e há 45 dias, tem observado que o trânsito de Campo Grande tem peculiaridades bastante incomuns, como dar seta para um lado e virar para o outro, por exemplo. “Outra situação muito comum é avançar no sinal vermelho, além de muitas ultrapassagens pela direita”, disse o visitante, que acredita estar na “pressa em chegar” o motivo de tanto.

Já o motociclista Pedro Nogueira, 53 anos, se sente mais vulnerável quando se depara com horários de pico, como no final da tarde, em que as pessoas retornam para casa depois do trabalho. Para ele, o volume atual de veículos deixa o fluxo pesado e as pessoas tensas. “Durante o horário de pico, é tenso hein”, salienta o pintor.

Segundo dados do Detran-MS (Departamento Estadual de Trânsito de Mato Grosso do Sul), Campo Grande registra uma frota de 614 mil veículos e pouco mais de 451 mil condutores. Destes, a maior fatia, 17,49%, é formada por condutores entre 32 e 38 anos, seguida pelo público da faixa etária de 25 a 31 anos, o que representa 15,65% das habilitações.

Veículos sem condições adequadas de conservação estão rodando pela cidade. (Foto: Cleber Gellio)
Outra situação presente em quase toda cidade é a quantidade de veículos rodando sem condições adequadas. Muitas vezes, o mau estado de conservação, além de oferecer transtorno ao trânsito em geral, põe em risco a vida do próprio condutor.

Sobre a questão de veículos em estado deplorável, o Detran informou que “se cair em uma blitz ou patrulhamento e não estiver atendendo às condições de rodagem com todos os equipamentos obrigatórios e documentação em dia, será removido ao pátio do órgão”.

Fonte: CAMPO GRANDE NEWS

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