Bora pra Chapada? Veja dicas básicas para uma viagem à Lençóis

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A Chapada Diamantina é um lugar que desperta paixões por parte de muita gente. Há quem visite e não queira mais voltar pra casa, como o caso de muitos estrangeiros que podem ser identificados facilmente pelas ruas das principais cidades chapadeiras. Há também baianos apaixonados por esse Parque Nacional de belezas incomparáveis. Como há ainda aqueles que ainda não tiveram a oportunidade de conhecer esse pedaço de paraíso situado no coração da Bahia. Se seu caso for o último, esse texto é para você, baiano e baiana, que ainda não teve a chance de visitar a Chapada Diamantina. Aqui, você vai encontrar um roteiro básico para conhecer alguns dos pontos mais tradicionais dessa região.

Engana-se quem pensa que a Chapada Diamantina é restrita às regiões de Lençóis, Palmeiras (Capão), Mucugê e Andaraí. Na verdade, 24 municípios formam o território da chapada. É óbvio que em apenas uma viagem vai ser muito difícil desbravar tudo que a Chapada tem a oferecer. Não é à toa que quem visita esse lugar sempre volta, seja para matar a saudade ou para conhecer novos cantos. Para uma primeira viagem, vamos nos concentrar na cidade mais famosa, ou seja, Lençóis, que fica a 420 km da Rodoviária de Salvador.

Como chegar?
Você tem algumas opções para chegar a Lençóis. A principal delas é pegando um ônibus na Rodoviária de Salvador com passagens que variam de R$ 99 a R$ 139 o trecho, a depender da modalidade escolhida (convencional, leito, etc). Há horários três vezes ao dia: início da manhã, começo da tarde e final da noite, todas com a empresa Rápido Federal.

Embora essa seja a maneira mais fácil de chegar a Lençóis, não considero a mais confortável, afinal, se for de ônibus, precisará necessariamente contratar alguma agência para a locomoção entre os passeios mais distantes. Neste caso, recomendo juntar uma galera de cinco pessoas e ir de carro, rachando a gasolina, que foi o que fiz. Além de sair mais barato, você terá a liberdade para organizar seu roteiro sem as amarras de horários de saída e chegada definidos pelas agências.

Para chegar na cidade há várias opções, seja de carro ou ônibus (Foto: Acervo Erick Issa)

Há também a possibilidade de fechar um pacote com uma agência de Salvador. É comum a oferta de passeios saindo da capital na sexta e voltando no final da noite de domingo. Esses pacotes costumam incluir transporte, hospedagem e guia. Fique atento apenas ao fato da maioria oferecer hospedagem em Seabra e não em Lençóis, além da cobrança a parte dos valores de entradas nos atrativos.

Ir de avião até o Aeroporto de Lençóis era opção até a chegada da pandemia. A Azul Linhas Aéreas operava voos regulares para a Chapada Diamantina, mas suspendeu as operações e ainda não comunicou o retorno das mesmas. Ainda assim, neste caso, você economizaria tempo de estrada, mas continuaria a depender de táxi e agências para deslocamentos.

Quando ir?
Como quase todo lugar, a Chapada tem um período de chuva que costuma ser evitado por alguns visitantes. Eu diria que isso não é problema, afinal, neste período, as cachoeiras e rios estão mais cheios, dando uma beleza ainda maior aos atrativos. A parte ruim está no fato de que alguns locais suspendem as atividades em caso de chuvas, como é o caso da Fazenda Pratinha, mas isso vamos conversar mais pra frente.

Em resumo, a Chapada pode ser visitada em qualquer época do ano. De qualquer forma, a temporada mais seca costuma ser de abril a outubro, enquanto a mais chuvosa vai de novembro a março. Vale lembrar que ultimamente o tempo não tem obedecido essas regras de forma certinha, como nas fortes chuvas que atingiram o estado em dezembro. É sempre bom acompanhar a previsão do tempo para evitar surpresas desagradáveis durante a sua viagem.

E não se assuste se em um mesmo dia chover e fizer sol. Isso é comum em várias cidades da Bahia, inclusive na Chapada Diamantina. Estive agora, no final de fevereiro, em Lençóis e choveu quase todas as madrugadas e início das manhãs, porém o sol brilhou durante o dia. O importante é aproveitar o lugar e recarregar as energias.

Há restaurantes para todos os gostos em Lençóis (Foto: Acervo Erick Issa)


Onde comer?
Lençóis é uma cidade pequena, eu diria até que pacata, mas tem no acolhimento dos moradores um dos seus charmes. À noite, tudo aqui ganha vida na Rua da Baderna e na Rua das Pedras. Você vai caminhar e ser abordado por diversos atendentes de bares e restaurantes. Ao olhar o cardápio e as ofertas, ficará mais fácil escolher onde comer e ou beber.

Um bom restaurante que indico é o Tomatito, que fica na esquina da Rua da Baderna com a Rua das Pedras, trazendo bons pratos da culinária italiana. Para os amantes de café, a parada obrigatória é no Bistrô Café do Mato. Túlio vai receber a galera na maior animação e fará o melhor café da chapada para os visitantes.

Aos amantes de uma boa pizza, não há com o que se preocupar, afinal alguns restaurantes se dedicam ao esquema de rodízio de pizzas e massas a partir de R$ 39,90. Para quem prefere um Prato Feito, há opções em todo o Centro de Lençóis com valores que começam em R$ 18. Se você preferir comida sertaneja, não deixe de visitar o Restaurante Jerimum.

O que fazer?
Para uma primeira viagem à Chapada Diamantina, tendo como base Lençóis, você vai querer visitar os pontos mais famosos e que estão situados dentro ou próximos a esta cidade. Morro do Pai Inácio, Cachoeira do Mosquito, Poço do Diabo, Parque Muritiba e Fazenda Pratinha são alguns deles. Vamos falar sobre cada um para que você saiba preços, distância e demais curiosidades acerca de cada atração e defina o que é melhor para o seu roteiro.

  • Parque Muritiba

Ao chegar em Lençóis, antes de se aventurar nas trilhas mais pesadas da Chapada Diamantina, você tem um compromisso dentro da própria cidade. Estou falando de um parque municipal que reserva belezas como a cachoeirinha e as piscinas naturais do Serrano. A notícia boa é que essa trilha é bem tranquila e dá pra fazer sem ajuda de guia. Um GPS que funcione bem te deixa na cachoeirinha com facilidade. Para chegar ao Serrano, basta subir a ladeira na direção da Embasa. É só seguir o fluxo, mas, se tiver dúvida, pergunte a um morador local se está no caminho certo. Não vai demorar para que os famosos caldeirões, ou piscinas naturais, apareçam no horizonte. Em seguida, caminhe até a cachoeirinha. É a trilha ao lado esquerdo da sua caminhada inicial até o Serrano. Neste mesmo parque, você poderá conhecer o Poço do Halley e o Salão das Areias Coloridas. Neste caso, recomendamos a contratação de um guia local. Eles costumam oferecer os serviços na entrada do Parque a preços acessíveis.

Cachoeira do Mosquito é mais um passeio acessível àqueles que se hospedam em Lençóis (Foto: Acervo Erick Issa)
  • Morro do Pai Inácio

Essa é uma das atrações mais queridas de toda a Chapada. Você pode parar em algum ponto da BR-242 para fazer a foto com o Morro de fundo, mas não pode deixar de subir e ter uma vista de tirar o fôlego lá do alto. A trilha que leva ao alto do morro tem apenas 500 metros e escadas para ajudar o visitante. Não seja afobado para não se cansar à toa. Pare, tire fotos, aprecie a vista e respire um ar puro. Para este passeio, que não necessita de guia, cobra-se o valor de R$ 12 por pessoa. A subida só é permitida até 17h, quando os últimos visitantes aceleram o passo para não perder um dos mais belos pores do sol da Bahia. Se quiser conhecer um pouco mais sobre o Pai Inácio, busque o destaque “Chapada Diamantina” fixado no meu perfil issabordo no Instagram.

  • Cachoeira do Mosquito

A Cachoeira do Mosquito é mais um passeio acessível àqueles que se hospedam em Lençóis. Depois de percorrer alguns quilômetros de carro pela estrada de barro, o visitante tem a opção de parar no mirante e fazer belas fotos. Um pouco mais adiante, já com o carro estacionado, é hora de seguir a pé por uma trilha de fácil acesso, com apenas 1,2 km. As escadas são bem estruturadas, mas, na volta, prepara o fôlego, porque a subida cansa. Essa Cachoeira é ideal para tomar aquele banho refrescante. A distância para Lençóis é de apenas 40 km e o valor da entrada por pessoa é de R$ 30. Se o seu carro não tiver tração nas quatro rodas, evite a visita em dias chuvosos. Se o dia anterior foi de sol e não há previsão de chuva para o dia da visita, pode seguir sem medo. E não se preocupe com repelente porque não tem mosquito por aqui. O nome da atração se deve ao fato de que na época da exploração de diamantes, as pedras encontradas eram tão pequenas que se assemelhavam a mosquitos, por isso a cachoeira foi batizada desta forma.

Serrano possui os famosos caldeirões ou piscinas naturais (Foto: Acervo Erick Issa)

  • Poço do Diabo

O Poço e Cachoeira do Diabo são duas das atrações mais acessíveis de toda a Chapada Diamantina. Primeiro porque a entrada custa simbólicos R$ 10, segundo porque conta com infraestrutura de restaurante, loja de souvenir e banheiros. A trilha também é uma das mais fáceis por não exigir muito esforço, embora não seja recomendada para pessoas com problemas de locomoção. Situada a 18 km de Lençóis, às margens da BR242, essa atração pode ser acessada de carro, sem guia. Você vai caminhar pelo leito do Rio Mucugezinho até chegar ao Poço do Diabo, com suas águas geladas e cor de uísque. Mergulhe e nade até a cachoeira. A sensação é indescritível!

  • Fazenda Pratinha

As águas verdes do Rio Pratinha deixam qualquer visitante apaixonado. Essa atração, que é uma das mais instagramáveis de toda a Chapada, fica no município de Iraquara, cerca de 1h distante de Lençóis. Antes de ir, é bom acompanhar as redes sociais da Fazenda Pratinha, afinal, quando chove, o local fecha para visitantes por conta da baixa visibilidade da água que costuma ficar turva. Mas, em dias firmes, pode ir sem medo de ser feliz. Depois de pagar a taxa de entrada, que custa R$ 60 por pessoa, o visitante poderá visitar as Grutas Azul e Pratinha, além de ter banho liberado no Rio Pratinha. O local conta com estacionamento, Wi-Fi gratuito e quatro restaurantes. O visitante ainda pode contratar outros serviços por fora, mediante pagamento de taxa, como tirolesa, canoagem, pedalinho, flutuação e fotos subaquáticas. Idosos pagam meia.

Fazenda Pratinha é uma dos locais mais instagramáveis de toda a Chapada (Foto: Acervo Erick Issa)

Onde se hospedar
Lençóis conta com várias pousadinhas, bem como hostels e hotéis mais estruturados. Recomendamos que faça uma pesquisa em aplicativos como Booking.com e Hotéis.com para escolher a hospedagem que mais se encaixa ao seu perfil e orçamento. Tente se hospedar no Centro de Lençóis, facilitando todo e qualquer deslocamento pela cidade. Uma boa opção para quem viaja em grupo é alugar uma casa pela plataforma Airbnb. Além de sair mais barato, já que dá para rachar com todos os membros do grupo, você ainda pode economizar com alimentação caso a opção escolhida seja um lugar equipado com fogão, microondas e geladeira, por exemplo.

Erick Issa*
E aí, gostou das dicas de Lençóis? Já conhece ou tem vontade de conhecer a Chapada Diamantina? Me procura no Instagram issabordo e vamos bater um papo sobre esse que é um dos lugares mais bonitos da Bahia. Espero você lá!

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