Um dos principais críticos do Kremlin na Rússia, Vladimir Kara-Murza foi condenado, nesta terça-feira (12), a 15 dias de detenção por desacato às forças de segurança, anunciou à AFP seu advogado Vadim Projorov.
“O tribunal […] condenou Vladimir Kara-Murza a 15 dias de prisão, a pena máxima prevista por insubordinação aos policiais”, disse.
O comunicado de sua prisão descreve “um comportamento inadequado de Kara-Murza, que mudou de direção, acelerou o passo e tentou fugir quando viu os policiais”, acrescentou o advogado.
Kara-Murza, de 40 anos, é um ex-jornalista próximo ao opositor Boris Nemtsov, assassinado perto do Kremlin em 2015, e de Mikhal Khodorkovski, um ex-oligarca convertido em detrator do presidente Vladimir Putin.
Não foram comunicadas as razões pelas quais os policiais esperavam esse opositor em frente ao seu edifício, na segunda à noite (11), disse o defensor do réu, recordando que seu cliente criticou a intervenção militar na Ucrânia nos últimos dias.
“Evidentemente, sua posição política fez com que as autoridades decidissem prendê-lo”, opinou.
As autoridades russas reforçaram o arsenal de leis contra seus detratores, e publicar notícias sobre a operação militar russa na Ucrânia, consideradas falsas pelo governo, pode acarretar 15 anos de prisão.
Kara-Murza, que segue vivendo na Rússia, afirmou que foi envenenado em duas ocasiões, em 2015 e 2017, devido a suas posições políticas.
Tanques e soldados russos na Ucrânia. Investida começou na madrugada do dia 24 de fevereiro após o presidente da Rússia, Vladimir Putin, autorizar uma operação militar na região separatista no leste ucraniano e decretar lei marcial