A ministra Cármen Lúcia, do Supremo Tribunal Federal (STF), autorizou a abertura da investigação, atendendo a um pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR). Em documento protocolado, a PF afirma que o caso está nas mãos do delegado federal Bruno Caladrini.
Cármen Lúcia foi escolhida relatora do caso no STF por prevenção, pois já estava responsável por petições apresentadas por parlamentares contra Ribeiro. Ao enviar o caso ao STF, o procurador-geral da República, Augusto Aras, solicitou que os acusados sejam ouvidos pela Polícia Federal.
A PF instaurou outro inquérito para investigar se houve favorecimento ilegal em repasses de verbas do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), ligado ao Ministério da Educação. Neste caso, o alvo são os pastores. No inquérito a pedido da procuradoria, o ministro Milton Ribeiro será ouvido para apurar se ele está envolvido em um esquema de tráfico de influência.
A PGR destacou que a posição ocupada por Ribeiro lhe dá a possibilidade de direcionar a alocação de recursos do FNDE em determinado município, o que permitiria o favorecimento a aliados. O pedido de investigação cita “a existência de uma uma potencial contrapartida à prioridade concedida na liberação dessas verbas” em troca da construção de igrejas nos municípios, o que poderia caracterizar crimes.
Entenda o caso e os desdobramentos
Em gravação divulgada pelo jornal Folha de S.Paulo, na última segunda-feira (21/3), o ministro Milton Ribeiro afirma: “Minha prioridade é atender primeiro os municípios que mais precisam e, segundo, atender a todos os que são amigos do pastor Gilmar”. Ele ainda diz se tratar de um pedido do presidente Jair Bolsonaro (PL).
Na conversa, o ministro revela que o presidente teria feito um “pedido especial” para que municípios indicados pelos pastores fossem priorizados na distribuição de verbas da Educação.
O “pastor Gilmar” citado no áudio se trata de Gilmar Silva dos Santos, 61 anos, nascido em São Luís (MA), que comanda o Ministério Cristo Para Todos, uma das várias ramificações da igreja Assembleia de Deus, em Goiânia (GO).
fonte: CorreioBRASILIENSE