As autoridades da Coreia do Norte informaram na última terça-feira (17) a detecção de mais de 232 mil casos de Covid-19 no país e, pelo terceiro dia seguido, recusaram a assistência da vizinha Coreia do Sul, o que indica que o regime parece disposto a buscar ajuda apenas com a China ou a Rússia.
Desde a confirmação da presença do novo coronavírus no país, uma semana atrás, foram contabilizados um total de 62 vítimas da doença na Coreia do Norte.
Segundo informações oficiais, 1,71 milhão pessoas estão com “febre”, termo que a Coreia do Norte utiliza para casos suspeitos de Covid-19, devido a baixa capacidade de testagem.
O regime norte-coreano ainda divulgou que 1,02 milhão de pessoas se recuperaram da infecção e que 691.170, atualmente, estão sob tratamento.
Na Coreia do Norte, o governo não adquiriu vacinas e chegou a recusar uma doação de quase 5 milhões de doses oferecida no ano passado, não existindo assim um plano nacional de imunização contra a Covid-19.
Até o momento, 7,1% da população local foi infectada pelo novo coronavírus em menos de um mês. A incidência é mais alta na capital, Pyonyang, e em cidades com mais alta atividade econômica, como Nampo, Kaesong e Rason.
Entre as mortes registradas até o momento, cerca de 40% são de pessoas com mais de 60 anos. Já um terço das vítimas tinha menos de 20.
Na terça-feira (17), a OMS (Organização Mundial da Saúde) expressou preocupação pela falta de vacinas se aliar no país ao fato de grande parte da população sofrer com problemas prévios de saúde.
A agência da ONU pediu que o regime norte-coreano repassasse informações detalhadas sobre a situação.
A OMS ofereceu ao país asiático “apoio técnico e fornecimento de testes, diagnósticos, medicamentos essenciais e vacinas”, segundo o diretor-geral da organização, Tedros Adhanom Ghebreyesus.
Segundo a agência estatal de notícias “KNCA”, ontem o líder da Coreia do Norte, Kim Jong-un, presidiu uma reunião com o alto escalão do governo, em que foram analisadas respostas inadequadas de “funcionários do partido e órgãos estatais” do país.
O próprio Kim falou de “imaturidade” e “atitudes negativas” ainda no início da crise sanitária na Coreia do Norte.
“O tempo é vital”, garantiu o líder, que ainda defendeu um novo sistema de emergência máxima no país.
Segundo a “KCNA”, foram mobilizados 3 mil militares para garantir a distribuição de medicamentos e 1,4 milhão de funcionários de órgãos de saúde pública, assim como estudantes e professores de medicina.
O regime indicou anteriormente o confinamento de “cada cidade e condado”, mas não há observadores independentes que confirmem as informações, enquanto, no país, há uma aparente normalidade.
Hoje, o governo da Coreia do Sul indicou que, pelo terceiro dia consecutivo, o vizinho ignorou sua tentativa de comunicação para a marcação de uma reunião e o envio de ajuda.
Vários veículos de imprensa informaram que aviões norte-coreanos foram abastecidos com suprimentos em aeroportos da China, enquanto os regimes de Rússia e Coreia do Norte entraram em acordo pelo envio de ajuda.