A seleção brasileira aplicou 5 a 1 na Tunísia em seu último jogo antes da Copa do Mundo do Catar e mostrou bom futebol. Mas vaias ao hino brasileiro e uma banana atirada na direção do atacante Richarlison no primeiro tempo mancharam a festa no Parque dos Príncipes, em Paris.
A vitória por 5 a 1, os belos gols e outra vez o ritmo alucinante demonstrado pela seleção brasileira no primeiro tempo deveria ser o destaque da partida, mas o que era para ser uma festa desandou. Primeiro com as vaias por parte da torcida tunisiana, enquanto o hino nacional brasileiro foi executado.
Minutos mais tarde, durante a comemoração do segundo gol, de Richarlison, aos 19 minutos, bananas foram lançadas ao gramado. O jogo prosseguiu, com algumas jogadas ríspidas e clima quente no gramado e nas arquibancadas e motivou uma nota de protesto por parte da CBF. Tite E Juninho Paulista, coordenador técnico da seleção brasileira, e Cesar Sampaio, auxiliar técnico, também foram se manifestaram.
“A CBF repudia todo e qualquer ato de racismo: está na hora de punir racistas”, disse Juninho Paulista, o primeiro a falar sobre o caso. Na sequência, Tite seguiu na mesma linha. “No futebol não vale tudo. Lugar de estádio não é para fazer o que se quer. O processo de educação e punição tem que ser, também, dentro do estádio, também com torcida”, afirmou.
“Ninguém tem exposição pública a estar tomando qualquer que seja a situação. Que os órgãos responsáveis devem tomar providências, contra os que fazem coisas erradas”, completou o treinador.
“Infelizmente a gente chega nesse ponto em que precisamos buscar a lei depois de tantas ações tentando fazer com o que o ser humano tivesse uma reflexão. Que esses infratores sejam punidos, passou do ponto já, é um desrespeito”, comentou César Sampaio.
O presidente da CBF, Ednaldo Rodrigues, também estava no estádio e se posicionou em comunicado. “Mais um vez, venho publicamente manifestar o meu repúdio. Desta vez, vi com os meus olhos. isso nos choca. É preciso lembrar sempre que somos todos iguais, não importa a cor, raça ou religião. O combate ao racismo não é uma causa, é uma mudança fundamental para varrer esse tipo de crime de todo o planeta. Eu insisto em dizer que as punições precisam ser mais severas”.
Richarlison, principal alvo do ato racista, falou sobre o episódio na zona mista. Na hora, ele não notou a banana atirada em sua direção. “Na hora eu não vi, graças a Deus, de cabeça quente não sei o que poderia acontecer. Espero que esse cara aí seja punido”, falou.
“A gente fica triste por esse momento, espero que possam reconhecer esse cara aí, a pessoa que jogou a banana na hora da comemoração, e que ele possa ser punido e servir de exemplo para que não aconteça mais, ainda mais dentro de um estádio”, acrescentou o camisa 9, autor de um dos cinco gols da seleção brasileira.
A banana atirada em direção a Richarlison lembrou a série de manifestações racistas enfrentadas pelo lateral-direito Daniel Alves, em 2014, quando ele atuava pelo Barcelona. E vem dias depois de um ataque racista perpetrado contra Vinicius Jr em um programa da TV espanhola, condenando seu hábito de celebrar seus gols com danças irreverentes.