Acusado de traição, o jogador iraniano Amir Nasr-Azadani foi condenado à morte após ter participado de uma manifestação a favor dos direitos das mulheres no Irã. O protesto, que ocorreu depois da morte de Mahsa Amini, acabou com três policiais mortos.
Além de Azadani, oito pessoas são acusadas da morte dos oficiais, que ocorreu no último dia 25 de novembro. Dois dias depois, o atleta foi preso. O jogador também é apontado pelo governo iraniano como “participante de um grupo armado que visa a atacar a República Islâmica do Irã”.
No meio do esporte, a reação não poderia ter sido outra a não ser choque. Inúmeras personalidades do futebol árabe pediram a libertação de Azadani. O FIFPro, o sindicato dos jogadores profissionais de futebol, soltou um comunicado em que se diz “chocado” com as notícias e exige a anulação imediata da sentença.
Jogador do Iranjavan FC, do Irã, Amir Nasr-Azadani se profissionalizou em 2015 e tem no currículo passagens por outros três clubes do futebol iraniano.
Mahsa Amini foi detida pela polícia iraniana em 13 de setembro, acusada de ter infringido o rígido código de vestimenta para mulheres ao deixar uma mecha do cabelo aparecer. A jovem, de maneira chocante, entrou em coma e morreu apenas três dias depois de ter sido presa, aos 22 anos.
A versão oficial do governo do Irã é de que Mahsa Amini morreu por conta de uma doença, mas a família da garota nega a informação e diz que a jovem foi espancada. A repercussão do caso foi o estopim de uma revolta no país, com milhares de pessoas nas ruas para protestar contra leis compulsórias e a falta de direitos.
Na Copa do Mundo do Catar, as torcedoras iranianas, proibidas de frequentar estádios em seu país, usaram as arquibancadas dos estádios cataris para engrossar o grito por liberdade.