Um antigo projetor de cinema utilizado entre o início e o fim da década de 70 em Campo Grande é a nova peça em exposição no saguão do Memorial da Cultura Apolônio de Carvalho, que fica na Capital. Ele poderá ser visitado gratuitamente no local a partir desta segunda-feira (26).
O equipamento estava guardado há meio século no Teatro Glauce Rocha, também em Campo Grande, onde serviu à exibição de vários filmes antes de ser aposentado e as sessões de cinema migrarem para espaços especializados. A UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul), responsável pelo teatro, doou a antiguidade para a Fundação de Cultura de Mato de Grosso do Sul, que administra o Memorial Apolônio de Carvalho, por sua vez.
É uma peça de 1,70 de altura e bem pesada, rara de ser encontrada em Mato Grosso do Sul, conta a coordenadora do MIS (Museu da Imagem e do Som) no Estado, Marinete Pinheiro. “Pode ser um dos três últimos projetores para películas de 35 milímetros que temos aqui. Fora o que está no memorial Apolônio, tem mais um idêntico que ficou no Glauce Rocha e, provavelmente, temos um outro em Ivinhema, no cinema Cinelito”, estima.
Na época em que estava na ativa, o equipamento projetou filmes para públicos de aproximadamente 700 pessoas por sessão no Teatro Glauce Rocha. “Lá era o que se chama de cineteatro. Os filmes eram exibidos num formato igual ao do AutoCine Campo Grande e do cinema que funcionava na antiga rodoviária da cidade”, complementa Marinete.
Pesado e com história
O editor de vídeo e ex-operador de cinematográfico em Campo Grande, Adão Matias, foi quem transportou o projetor do teatro até o memorial. Conhecedor do equipamento, ele precisou desmontá-lo em três partes e cortar a fiação para que fosse possível carregar. Foi necessário chamar mais duas pessoas para ajudar, de tão pesado.
Adão trabalhou com projeção cinematográfica de 1976 até 1989 nos cinemas Cine Santa Helena, Rialto, Alhambra, Cine Plaza, Cine Center, AutoCine, Cine Campo Grande I e II. Ele conta mais detalhes da história e explica um pouco sobre o funcionamento do projetor. “O equipamento instalado no Glauce Rocha na mesma época em que foi inaugurado o teatro, em 1971. Funcionava à base de um dispositivo chamado carvão ativado, que usava dois tipos de carvão, o positivo e o negativo. Quando os dois carvões se encostavam, acendiam uma luminosidade como o de uma solda elétrica, e essa luminosidade era projetada na lente por um espelho côncavo”, resume.
O projetor foi fabricado em Minas Gerais, em 1º de julho de 1971. Com capacidade para projetar por uma hora, precisava ser substituído por outro equipamento após um intervalo na sessão antes do fim do filme. Agora como peça do memorial, ele fará parte de um acervo que ajuda a contar a história de Mato Grosso do Sul.
Serviço
O projetor poderá ser visitado no saguão térreo do Memorial da Cultura Apolônio de Carvalho, que fica na Avenida Fernando Corrêa da Costa, 559 – Vila Carvalho. A visitação é gratuita e aberta de segunda a sexta-feira, das 8h30 às 11h30 e das 13h30 às 17h30, e aos sábados, das 8h às 14h – exceto em feriados.
Com informações da Fundação de Cultura de Mato Grosso do Sul
Fonte: midiamax