Em um local não identificado no meio rural, o governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), gravou um vídeo com discurso voltado a produtores rurais. Com duração de 40 segundos, o vídeo vem sendo compartilhado por meio do Whatsapp e mídias sociais.
“Estou aqui em uma das mais de 600 mil propriedades rurais de Minas Gerais. São micros, pequenos, médios e grandes produtores que alimentam os mineiros, os brasileiros e também o mundo”, afirma Zema no início do vídeo.
Em seguida, ele busca exaltar o desempenho do governo de Minas em relação à política voltada ao meio rural, mas sem detalhar, efetivamente, quais ações, projetos ou programas foram desenvolvidos e empregados em favor do referido público.
“Desde 1º de janeiro de 2019, quando iniciei a minha primeira gestão, nós fizemos questão de dar paz ao homem do campo, através de uma segurança reforçada e também inibindo qualquer tipo de invasão”.
“Cerca existe para ser respeitada. Aqui em Minas não vamos tolerar invasão. O homem do campo precisa d segurança e paz para trabalhar”, finaliza Zema.
O vídeo gravado e compartilhado pelo governador mineiro busca pegar uma “carona” no tema invasão de campo, considerando o recente episódio (27 de fevereiro) ocorrido no Sul da Bahia, com a invasão de integrantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) nas fazendas da Suzano Celulose, no sul da Bahia.
Governo Lula
Coordenador nacional do MST, João Paulo Rodrigues diz que as invasões das três fazendas da Suzano Celulose estão relacionadas exclusivamente a uma questão local e não fazem parte de uma retomada de ações do movimento.
Já o ministro do Desenvolvimento Agrário, Paulo Teixeira, reafirma que o caso na Bahia foi isolado e que o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) vai proteger a propriedade privada.
“O Ministério do Desenvolvimento Agrário vai atuar conforme a Constituição, proteger a propriedade privada e exigir o cumprimento da função social da propriedade”, afirmou em entrevista à Folha. “Caso ela não cumpra a função social da propriedade, ela será desapropriada para fins de reforma agrária.”
Teixeira diz também que não esperava essa atitude do movimento. “A mim agora cabe ajudar na superação desse conflito e cabe também estabelecer mecanismos preventivos de novos conflitos”, afirmou.