A deputada estadual Gleice Jane (PT) não está disposta a integrar a base de sustentação do Governo do Estado na Assembleia Legislativa. O PT está na base de sustentação do governo de Eduardo Riedel (PSDB), mas Gleice, que assumiu após a morte de Amarildo Cruz, já avisou que não seguirá os acordos feitos antes de ela tomar posse.
“Não tenho compromisso. Se o projeto for importante para a população, vou defender os interesses da população. O meu interesse é defender os interesses do povo”, declarou a terceira mulher nesta legislatura da Assembleia Legislativa.
O líder do governo, deputado Londres Machado (PP), chegou a sondar a deputada para uma possível composição, mas foi informado que ela vai preferir ficar independente. “É um caso para o Kemp (deputado estadual Pedro Kemp) e o Zeca (deputado estadual Zeca do PT) resolverem”, justificou Londres.
O PT fez muita discussão antes de integrar a base de sustentação de Eduardo Riedel, mas aceitou em troca de espaço no governo, ainda que em votação dividida. No diretório, a ala mais militante chegou a dizer que não queria compor e votou contra, mas foi voto vencida pelo grupo liderado pelo deputado federal Vander Loubet e Zeca do PT.
Apesar da votação dividida, o PT foi pra base, com todas as subsecretarias do governo (promoção da igualdade racial; pessoa idosa; mulheres; população indígena; juventude; LGBTQIA+; assuntos comunitários e pessoas com deficiência), Agência de Desenvolvimento Agrário e Extensão Rural (Agraer) e a secretaria executiva de Agricultura Familiar.
Com a morte de Amarildo, Gleice tomou posse, mas não participou das nomeações no partido e não fez compromisso com o governo, que agora pode cobrar o PT sobre fidelidade, caso Gleice saia do campo da independência e se encaixe mais como oposição.
De chegada na Casa e se recuperando de problemas de saúde, Gleice ainda está conhecendo o funcionamento do Poder Legislativo e só os próximos dias, aliado a projetos do governo, dirão onde ela se encaixará. Por enquanto, tem votado favorável a projetos do governo que, por enquanto, não têm grande peso político ou grande relevância.
Foto: Luciana Nassar/Assembleia