A convenção para eleger o novo diretório municipal do PSDB em Dourados, marcada para o dia 27 de agosto deste ano, já estaria provocando um racha entre o deputado federal Geraldo Resende e o deputado estadual Zé Teixeira, por divergências de opinião sobre quem deve assumir a presidência da executiva municipal do partido.
Segundo apurou o Correio do Estado, Geraldo Resende é contra que prováveis pré-candidatos a prefeito de Dourados entrem na disputa para presidir o diretório municipal, enquanto Zé Teixeira já se colocou como candidato para comandar o ninho tucano no município.
Em Dourados, o PSDB tem três nomes interessados em ser o pré-candidato do partido a prefeito nas eleições municipais do próximo ano, sendo eles o deputado federal Geraldo Resende, o deputado estadual Zé Teixeira e a deputada estadual Lia Nogueira.
Por isso, a executiva estadual da legenda já encomendou uma pesquisa qualitativa de intenções de votos para a prefeitura municipal de Dourados para apontar qual dos três está em melhor condição para representar o PSDB no pleito de 2024.
CHAPA DE CONSENSO
Na avaliação de Geraldo Resende, assim como ele e Lia Nogueira, Zé Teixeira quer disputar a prefeitura de Dourados pelo PSDB nas eleições do próximo ano e, portanto, não deveria presidir a executiva municipal do partido.
“Defendo uma chapa de consenso, mas o Zé Teixeira não pode assumir a presidência do diretório municipal, pois teria vantagem sobre os demais interessados em ser o pré-candidato do PSDB à prefeitura de Dourados, no caso, eu e Lia Nogueira”, disse ao Correio do Estado.
O deputado federal acrescentou que o diretório municipal não pode ser usado como base para a pré-candidatura de ninguém e, por isso, o “melhor é que, quem pretende ser pré-candidato a prefeito de
Dourados abstenha-se de se candidatar à executiva municipal”.
Outra reclamação de Geraldo Resende é sobre o fato de Zé Teixeira ter convidado o ex-deputado estadual Marçal Filho para se filiar ao PSDB e já ter poder de voto na convenção.
“Para ter esse direito, defendo que a pessoa já seja filiada há pelo menos seis meses antes do dia 27 de agosto, para não constranger o partido e nem quem está se filiando. Defendo também que aqueles que desejam ingressar nas fileiras do PSDB tenham o comprometimento de ajudar a construir um partido forte e que não queiram apenas sair candidato nas próximas eleições. Sou contra quem só aparece em época de eleição”, afirmou à reportagem.
SEM PROBLEMAS
O deputado estadual Zé Teixeira disse ao Correio do Estado que não vê nenhum problema no fato de ser um dos pré-candidatos a prefeito pelo partido e também querer presidir a executiva municipal.
“Eu coloquei meu nome para presidir o partido em Dourados porque tenho consciência de que, pelos meus mandatos como deputado e pela forma como trato as pessoas, posso aumentar o número de filiados ao PSDB em Dourados, trazendo várias lideranças e vários empresários para a legenda”, argumentou.
O parlamentar avisou que, se decidir manter a intenção de presidir o diretório municipal do PSDB em Dourados, disputará os votos dos filiados para ser o escolhido. “Se eu tiver os votos dos filiados do partido que têm condições de votar, qual o impedimento de ser presidente?”, questionou.
De acordo com Zé Teixeira, de qualquer forma, o importante para se construir um partido é ter consenso, mas, quando isso não é possível, é preciso que haja uma votação. “Então coloca o nome lá e disputa no voto. Se tiver os votos, se elege, se não tiver, perde”.
Procurada pelo Correio do Estado, a deputada estadual Lia Nogueira disse que não tem nenhuma intenção de ser presidente da executiva municipal do PSDB em Dourados e não vê problema no fato de o colega Zé Teixeira ter essa intenção.
“Não acredito que a presença do deputado estadual Zé Teixeira como presidente do diretório municipal do PSDB possa influenciar o resultado da pesquisa qualitativa contratada pela executiva estadual para definir quem será o pré-candidato do partido para as eleições municipais de 2024 em Dourados”, argumentou a parlamentar.
O Correio do Estado também procurou algumas lideranças da executiva estadual do PSDB para verificar a possibilidade de uma intervenção nesse início de discordância entre dois parlamentares do partido e o retorno foi de que Geraldo Resende e Zé Teixeira devem entrar em consenso sobre a questão, sem que o diretório estadual tenha de tomar uma providência.
CRÉDITO: CORREIO DO ESTADO