Com dois meses de trabalho completos, Jorge Sampaoli deu entrevista à FLA TV nesta sexta-feira. O treinador lembrou que teve outras oportunidades de assinar com o Flamengo, mas que só houve compatibilidade de agendas em 2023. Afirmou ainda que a chegada ao Ninho do Urubu se deu num momento inadequado, mas entendeu que não poderia mais adiar esse desejo.
Hoje invencibilidade de 10 jogos, construída com sete vitórias e três empates, traçou o objetivo de “sair da crise”.
Aconteceu a oportunidade de vir ao Flamengo depois quatro ou cinco chances. Falei com Landim em três oportunidades para vir para cá. Ainda que a situação não fosse a ideal quando cheguei porque não pude montar o time e nem fazer a preparação que preciso para o jogo, mas está bem. Decidi vir.
Sampaoli lembrou a cronologia das investidas do Flamengo, desde a gestão de Patrícia Amorim até o momento em que Rodolfo Landim assumiu. Landim, aliás, havia procurado o argentino durante a corrida presidencial de 2015.
– Depois de 2011, daquela Sul-Americana que ganhamos com a Universidad de Chile e que ganhamos de 4 a 0 ao Flamengo aqui no Rio. Se gerou uma expectativa com a minha maneira de sentir o futebol, isso gerou adesão ou curiosidade talvez de como eu poderia fazer o mesmo aqui no Brasil. Flamengo teve muita intenção, mas nunca estivemos no mesmo tempo. Antes da minha última passagem pelo Sevilla me procuram, mas eu já tinha assinado. Antes de ir para o Olympique de Marseille também. E agora teve esse ponto de coincidência que eu não podia deixar passar. Mesmo diante da situação difícil, porque temos que sair dessa crise que me trouxe até aqui.
Sampaoli tratou de contextualizar o que quer dizer quando reclama da falta de tempo para implementar seus conceitos dentro do Flamengo.
– Quando digo que não tive tempo adequado é porque defendo uma ideia que o jogador precisa internalizar para as coisas fluírem. O tempo não ajuda porque tem muito jogo. É difícil poder trabalhar e fazer com que o jogador adira rapidamente e ganhe os jogos. No Brasil, se você não ganha três jogos, vem a crise rapidamente. Temos que encontrar um DNA do clube que gere a reclamação justo no momento justo. Muitas vezes não se avalia se o processo é bom ou ruim. A massa é extremamente exigente.
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Como o Brasil virou opção de carreira?
– Eu vinha da Copa América do Chile e aconteceu alguma possibilidade de vir ao Flamengo e ao São Paulo, inclusive outros times do Brasil, mas eu pensava em ir ser técnico na Europa. Sempre imaginei que dirigir um time tão grande como o Flamengo era um objetivo de vida. Quando chego ao Santos, em 2019, nenhum treinador argentino tinha conseguido se manter por muito tempo no futebol brasileiro. A sociedade aqui está sempre muito dependente do futebol. Era um desafio conseguir ficar um ano no Brasil, era muito difícil. Meu desafio no Santos foi muito importante porque fizemos um ano muito interessante com o futebol que sinto. Depois veio o Atlético-MG, pandemia e muitas coisas.