Análise: Flamengo é combativo e contundente mesmo com poucas finalizações; vitória distribui moral

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Essa foi a definição de Jorge Sampaoli para um Flamengo que tem precisado de poucos chutes e cabeçadas para fazer gols e vencer os jogos. Com 10 finalizações, mesmo número apresentado nos 3 a 2 sobre o Santos no domingo passado, os rubro-negros venceram por 2 a 0 o Fortaleza neste sábado, no Maracanã.

A evolução nos aspectos tático, técnico e físico é visível. Triangulações apareceram no início do jogo, com direito a corta-luz de Arrascaeta, letra de Gabigol e constantes e perigosas infiltrações de Gerson pelo lado esquerdo. No segundo tempo, o mesmo aconteceu com Bruno Henrique e Pedro participando o tempo todo das tramas protagonizadas por Arrasca e pelo Coringa.

Os primeiros minutos foram de amplo domínio, com o Flamengo girando a bola e sempre presente no campo adversário. Momento de instabilidade, porém, veio por falta dentro da área cometida sem necessidade por Thiago Maia logo aos oito minutos. Matheus Cunha cresceu e pegou seu primeiro pênalti no futebol profissional.

Para rechaçar qualquer tipo de intranquilidade, o Flamengo empatou em jogada de um time que sabe escolher melhor suas os momentos e é diferente da equipe que era no início do trabalho de Sampaoli, quando arrematava muito e aproveitava pouco. Arrascaeta girou num drible de corpo e tinha a opção de passe simples para Everton Ribeiro, que estava próximo e invadindo a área.

Os 10 minutos finais do primeiro tempo mostraram um Flamengo que rompeu com a tranquilidade predominante nos outros 80. Acuou-se, precipitou passes e mostrou dificuldade para sair. Àquela altura, parecia com menos um porque Gabigol havia torcido o tornozelo direito e já não recompunha mais com a mesma energia. Também não tabelava como no bom início que fez. Ficou em campo pela vontade de ajudar e também evitou que o treinador queimasse mais uma pausa – Léo Pereira fora substituído aos 30.

Apesar do pequeno sufoco provocado por chuveirinho do Fortaleza, safou-se o Flamengo. Foi para o intervalo com apenas três finalizações, mas as outras duas além do gol também vieram de jogadas trabalhadas com participações de Thiago Maia, Gerson e Arrascaeta, os finalizadores.

Sampaoli mexe no intervalo, e time cresce

Gabigol não pôde voltar, e Everton Ribeiro fazia partida discreta. Atento a isso, Sampaoli pôs em campo Pedro e Bruno Henrique. O time logo cresceu e, em 18 minutos, igualaria o mesmo número de finalizações do primeiro tempo e chegava a seis no total.

Foi justamente no terceiro chute da etapa final, exatamente aos 18, que o Flamengo fechou o placar. Mais uma vez um lance de tranquilidade e de quem está enxergando melhor as opções.

Gerson também encontrou o companheiro mais desmarcado e deu a Maia. O volante esperou Ayrton passar e tocou. O lateral, que vinha mal no primeiro tempo, explorou sua melhor característica, foi ao fundo e cruzou. A bola sobrou, e Arrascaeta marcou num chute de raiva. Raiva que contrasta com a tranquilidade para definir e que inflamou um Maracanã com quase 65 mil presentes.

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