A fotógrafa de 40 anos investigada por supostamente extorquir o goleiro Everson, do Atlético-MG, nega o crime. Em defesa, Fabiana Coelho de Sousa diz que foi acusada pelo atleta após ter cobrado dele a formalização do relacionamento extraconjugal que os dois estariam mantendo havia dois anos.
Fabiana falou sobre o caso pela primeira vez nesta quarta-feira (5). Durante entrevista à Record TV Minas, a fotógrafa mostrou a tatuagem que tem no braço com a data do suposto primeiro encontro dos dois: 22 de junho de 2021.
“Chegou a esse ponto por conta de uma conversa no dia 7 de junho deste ano, quando ele chegou da Bolívia e foi para minha casa. Perguntei por que a gente não ia ficar junto, já que ele prometia largar a esposa para ficar comigo. Falei que queria união estável com ele. Foi quando tudo mudou, onde minha vida virou de cabeça para baixo”, descreve a mulher, sobre o fim do relacionamento.
Everson ainda não se manifestou sobre o assunto. O Galo emitiu um comunicado em que destaca que “se trata de uma situação pessoal do jogador e já está sendo resolvida”.
Como se conheceram
Fabiana conta que o primeiro contato que fez com Everson foi por uma rede social. A mulher diz que seguiu o perfil do jogador a pedido do filho dela, que é atleticano. “Eu mandei uma mensagem falando que era de um fã do trabalho dele. Dois dias depois, o Everson me mandou mensagem de um perfil falso”, revela.
A fotógrafa conta que continuou conversando com o atleta. Os dois teriam se encontrado pessoalmente, pela primeira vez, um mês depois. “Ele me mandou uma mensagem, passou na porta da minha casa e saímos. Fomos para a casa dele, em um condomínio na cidade de Lagoa Santa”, detalha.
Depois disso, os encontros teriam se tornado frequentes e mantidos durante dois anos. “Destes dois anos, 99% dos encontros foram na minha casa”, disse Fabiana à reportagem.
A fotógrafa diz, ainda, que ela e o filho acompanhavam os jogos de Everson. Ela pretende usar as mensagens que recebia do jogador e os ingressos das partidas para comprovar a relação. “Desde que liberaram os jogos após a pandemia, eu estava lá. Quando eu não ia, era porque estava trabalhando”, detalha.
Operação policial
A Polícia Civil esteve na casa de Fabiana, no bairro Céu Azul, na região de Venda Nova, em Belo Horizonte, na sexta-feira (30), para cumprir um mandado de busca e apreensão. Computadores e aparelhos celulares foram levados. As medidas fazem parte da investigação de possível extorsão contra Everson, caso denunciado pelo jogador.
“Meu filho estava saindo para a escola. Ele foi abordado por cinco policiais, que o colocaram para dentro. Meu filho passou a senha do telefone para a polícia. Começaram a falar que eu estava mexendo com gente grande e que o goleiro Everson mandou pegar a cueca e a camisa autografada que estava na casa”, declarou Fabiana, sobre a operação.
A reportagem procurou a Polícia Civil para comentar as críticas da fotógrafa e aguarda retorno.
Os advogados de Fabiana Sousa afirmam que vão apurar as alegações da cliente. “Agora cabe à defesa tentar investigar se houve eventual excesso no trabalho da polícia ou influência por conta de se tratar de jogador notório. A velocidade em que os mandados foram cumpridos foi atípica”, comentou o advogado João Victor Batista.
A defesa ainda pretende cobrar reparação material e moral para Fabiana, caso comprovado que Everson mentiu ao denunciar a extorsão. “E pretendemos até uma investigação de eventual registro da união que eles tiveram nestes dois anos”, completou o advogado André Vartuli.
“Tem 15 dias que a minha vida virou isto, e eu não deixei de amá-lo. Ainda o amo e pronto. Por isso estou chateada”, disse Fabiana enquanto chorava.