O Nordeste pode se orgulhar. O título escapou. O Fortaleza perdeu nos pênaltis para a LDU. Mas nasceu um gigante na América do Sul

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Os pênaltis derrubaram o excelente Fortaleza de Vojvoda. A LDU sofreu muito para ficar com o título da Sul-Americana. Nos 120 minutos, 1 a 1. Mas o goleiro Domínguez garantiu a conquista nas penalidades

Depois de 120 minutos de uma disputa acirrada e equilibradíssima, a decisão da Copa Sul-Americana, disputada em Maldonado, Uruguai, e 1 a 1 no placar, chegaram os pênaltis.

E desilusão para o lado brasileiro.

Depois de uma campanha sensacional, o Fortaleza tombou.

O goleiro Domínguez brilhou, defendeu as cobranças de Brítez, Romero e Pedro Augusto.

E a LDU, que já havia tirado o Ñublense e o São Paulo nos pênaltis, conseguiu ficar com o título. É bicampeã da Sul-Americana.

Mas com a certeza de que poderá ir além. Apostou na infraestrutura, na organização, no trabalho muito competente e sério de Juan Pablo Vojvoda. 

A noite hoje é de lágrimas.

Mas também de orgulho para o futebol do Nordeste do Brasil.

O Fortaleza se assume como gigante.

Não só no país, mas na América do Sul.

Lucero marcou e deu a falsa impressão de que a excelente campanha do Fortaleza seria premiada

Se, no primeiro tempo, a final foi tensa, com os jogadores nervosos, com as equipes cautelosas, fazendo muitas faltas, na segunda etapa, Vojvoda e Luis Zubeldía adiantaram suas linhas, e a decisão da Copa Sul-Americana ganhou a emoção que merecia.

Depois de nenhuma finalização certa dos dois times, a vibração ficou reservada para o final. 

O Fortaleza foi o segundo clube do Nordeste a chegar a uma final sul-americana. O primeiro foi o CSA, que lutou pela Conmebol, em 1999. E perdeu para o Talleres, da Argentina.

O clube cearense marcou primeiro, com Lucero.

O gol do Fortaleza veio em uma jogada rápida, fulminante. Caio Alexandre descobriu Pochettino, que desceu pela direita e cruzou rasteiro.

Lucero chegou primeiro que Adé e empurrou para as redes.

1 a 0.

O plano tático de Vojvoda era seguir tentando manter a iniciativa do jogo.

O time equatoriano aceitava, apostava nos contragolpes em velocidade.

Foi assim que, logo oito minutos depois, o Fortaleza acabou sofrendo o gol de empate.

Martínez acertou um lançamento perfeito para Alzugaray. Ele ganhou a disputa de corpo de Bruno Pacheco. E, canhoto, cortou da direita para o meio. E bateu com muita força e precisão, “tirando” a bola do alcance de João Ricardo. 

Gol lindíssimo, 1 a 1.

O jogo seguiu muito tenso. 

Com a disputa tática como xadrez. 

A equipe brasileira tendo posse de bola, enquanto os equatorianos queriam os contragolpes. Os times estavam mais abertos, e as chances de arremates eram reais.

Vojvoda acertou em tirar Marinho, que estava travando o time, forçando faltas, jogadas individuais desnecessárias. Machuca entrou no seu lugar.

Alzugaray empatou o jogo. E a LDU seguiu fechada, buscando os contragolpes, apenas. Queria os pênaltis

Alzugaray empatou o jogo. E a LDU seguiu fechada, buscando os contragolpes, apenas. Queria os pênaltis

PABLO PORCIUNCULA / AFP – 28/10/2023

João Ricardo e Alexandre Domínguez deram conta de arremates perigosos de Pikachu, Bruno Pacheco e Alvarado.

Mas as defesas conseguiram travar os ataques.

E o 1 a 1 perdurou até a prorrogação.

A aposta da LDU era o menor desgaste físico, já que fez quase 30 partidas a menos que o time cearense.

O Fortaleza tinha mais técnica, e os equatorianos mais fôlego, mais força técnica.

Na primeiro tempo de prorrogação, os dois times se mostravam mais cautelosos, repetindo o que fizeram nos 45 minutos iniciais. 

O medo de sofrer o segundo gol, e perder o título, era nítido.

Os erros de passes denunciavam o nervosismo dos atletas. Era como se ambas as equipes se mostrassem conformadas em decidir a Sul-Americana nos pênaltis.

No segundo tempo da prorrogação, Vojvoda voltou a adiantar suas linhas. E Pikachu complicava o lado esquerdo da defesa equatoriana. Mas não surgia uma chance efetiva, de lado a lado.

Para aumentar a tensão do lado brasileiro, o zagueiro Tite se contundiu, teve um estiramento na perna esquerda. Mas, como o Fortaleza havia feito seis substituições, cinco no tempo normal e uma na prorrogação, Vojvoda não poderia trocá-lo por um reserva. E ele foi para a frente, “jogar” como centroavante, só para o time cearense não ficar com atleta a menos.

Viriam os pênaltis.

A disputa foi em frente à torcida do Fortaleza.

Guerrero assumiu a primeira cobrança.

E bateu muito mal.

João Ricardo pulou e defendeu com segurança, no canto direito.

Thiago Galhardo cobrou com paradinha e marcou.

1 a 0, Fortaleza.

Alzugaray bateu no alto do canto direito, João Ricardo acertou o lado.

Mas a bola entrou, 1 a 1.

Pikachu marcou no mesmo canto direito, 2 a 1, Fortaleza.

Martínez não desperdiçou, no canto esquerdo.

2 a 2.

Romero bateu o terceiro. E mal, quase no meio do gol. Domínguez defendeu sem dificuldade.

A vantagem do Fortaleza foi desperdiçada.

Julio cobrou forte, 3 a 2, LDU.

Tinga bateu com convicção no alto, no canto direito.

3 a 3.

Alvarado foi para a quinta cobrança.

João Ricardo defendeu no canto direito, voou com toda a convicção.

Pedro Augusto foi para a cobrança, que poderia acabar com a Sul-Americana de 2023.

Mas também cobrou no meio de gol, e Domínguez defendeu.

Piovi deslocou João Ricardo: 4 a 3, LDU.

Brítez cobrou forte no canto direito.

E Domínguez voou com convicção.

O time equatoriano tomou o título do valente time nordestino.

Triste, mas o Fortaleza fez história.

E mostrou que já trilhou o caminho.

Para ser um dos gigantes, não só do Brasil.

Mas da América do Sul…

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