O show memorável protagonizado pela cantora Tetê Espíndola, acompanhada pela Orquestra de Câmara do Pantanal, comandada pelo Maestro Eduardo Martinelli, foi parte da programação especial do Festival América do Sul, que marcou com o sucesso ‘Escrito nas estrelas’ na Catedral de Nossa Senhora da Candelária, na manhã de sexta-feira (10), em Corumbá. Neguinho da Beija-Flor também abrilhantou a noite de sexta-feira com sua empolgante apresentação.
O sobrenome Espíndola é muito forte no Estado e por onde passa arrasta sua multidão. Não foi diferente no projeto Catedral Erudita, que reuniu um grande público de todas as idades, desde crianças a idosos. Os olhos brilhantes dos fãs estavam vidrados na artista, que abriu a apresentação com o sucesso ‘Cuñataiporã’, do seu irmão Geraldo Espíndola.
A artista já se apresentou em Corumbá muitas vezes, mas no Festival América do Sul é a primeira vez. Ela diz admirar a pluralidade que o evento traz. “Isso é uma responsabilidade, representar o som do local, do País, cada coisa diferente, cada um com a sua cultura. É muito importante, tomara que isso continue, cada vez melhor”.
Para o secretário da Setescc, Marcelo Miranda. a apresentação de Tetê junto à orquestra comandada brilhantemente pelo maestro Eduardo Martinelli, foi um dos momentos mais marcantes do Festival. “Um Festival incrível, com centenas de atrações nacionais e internacionais, e plural, que contempla a diversidade cultural”.
Criador de Arte
O maestro Martinelli exaltou como é fundamental fazer arte em um festival tão grandioso como o FAS. “A arte, a criação artística, é uma coisa que a gente pode ver que, de toda a natureza, só o homem faz. Então, se a gente for pensar bem, é uma maneira do homem ser feito à imagem e semelhança do próprio Deus, que é um criador. Então, você vê o ser humano, através da sua arte, ele também se sente um criador, e a arte faz com que a gente se reconheça enquanto humanidade, enquanto espécie, enquanto povo”, enfatizou o maestro.
Quando a artista iniciou com os versos “Você pra mim foi o Sol / De uma noite sem fim / Que acendeu o que sou /E renasceu tudo em mim”, a plateia vibrou e cantou junto até o final, aplaudindo de pé o espetáculo.
Olha a Beija-Flor aí gente!
Com o seu famoso refrão, o compositor e cantor Neguinho da Beija-Flor subiu no palco da Integração, em Corumbá, na noite de sexta-feira (10), segundo dia de shows do FAS 2023.
A regravação de “Deixa eu te amar”, de autoria de Agepê, também fez jovens, senhoras e senhores cantarem junto com Neguinho. E o show foi tomando as pessoas de emoção com a famosa canção de Benito di Paula, “Retalhos de Cetim”.
E aí chegou o momento de reviver os grandes sambas enredos todos os tempos das escolas das décadas de 1980 e 1990.
O samba-enredo “É Hoje”, da União da Ilha, com o refrão “Diga, espelho meu se há na avenida alguém mais feliz que eu”, abriu pout pourri carnavalesco.
“Explode Coração”, que deu o título à escola de samba Salgueiro, em 1993, fez o público delirar. O puxador de samba estava em casa. E se “sonhar não custa nada”, Neguinho trouxe a música da Mocidade Independente de Padre Miguel.
Não esquecendo dos amigos, o cantor chamou ao palco Braguinha, que saiu do Rio de Janeiro há 8 anos para morar em Corumbá. Juntos, eles cantaram “Não Deixe O Samba Morrer”, da cantora Alcione.
Um dos momentos mais marcantes foi a entrada das passistas Carol Castelo, Isadora, Dalila Araujo, e o mestre sala Juruna e a porta-bandeira Mari, representando a Liga das Escolas de Samba de Corumbá.
O público que já estava bem empolgado, também teve a oportunidade de cantar o samba-enredo de 2024, da Beija-Flor: “Um Delírio de Carnaval na Maceió de Ras Gonguila”.
As músicas “Fogo e Paixão”, de Wando; “Mulher Mulher”, “País Tropical”, de Jorge Ben Jor e “Whisky a Go-Go”, do Roupa Nova fizeram parte de outro maravilhoso pout pourri.
Já passava da meia-noite quando “Trem das Onze” encerrou a empolgante apresentação de Neguinho da Beija-Flor, um artista querido, prata da casa de Corumbá e do Festival América do Sul.
Coração latino batendo mais forte
Enquanto isso, em outro ponto da cidade, Mitã Rory, o Ballet Folclórico Gobernación de Concepcionde, que há 20 anos encanta a todos com a famosa dança paraguaia também fez uma linda apresentação. Quem assiste ao espetáculo sente o coração latino “bater mais feliz”, como diz o slogan do Festival América do Sul 2023. O grupo apresentou-se no Palco Artes Cênicas, na Praça da Independência. O coração “bate mais feliz”, com a alegria de ver a América do Sul tão rica em cultura e em beleza natural mais unida.
Mitã Rory, o grupo de dança paraguaia, foi criado por Diego Vazquez aos 15 anos. Ele dançava no ballet municipal na cidade de Horqueta. Com o passar do tempo, os diretores pediram para que ele ensinasse a dança para um grupo de crianças. Os pais gostaram tanto do seu trabalho que pediram para que ele continuasse. Assim, começou a realizar os ensaios do pequeno grupo de dança na garagem de sua casa.
De acordo com Diego, o grupo já fez apresentações na Itália, Grécia, Portugal e Espanha, em variados festivais de dança. Ele afirma ser importante estar nesses países para conhecer a cultura e os povos de diferentes lugares, e levar um pouco da essência do que é o Paraguai.
“A dança paraguaia tem muitas peculiaridades que nos identificam, que identificam a raça Guarani, e os galanteadores cavaleiros paraguaios, a essência da conquista do homem e da mulher paraguaia. Por exemplo, a dança com a Botelha, em que as mulheres bailam com garrafas empilhadas na cabeça”, enfatiza o criador do grupo.
Além dos shows musicais, danças, teatros, feiras de artesanato e oficinas, o FAS 2023 seguiu durante toda a sexta-feira (10) e neste sábado (11) com muitas outras atrações.
Na noite deste sábado, quem fecha o Festival é o cantor Crioulo.
Olga Cruz