A Petrobras aditivou contrato com YPFB (Yacimientos Petrolíferos Fiscales Bolivianos) para o fornecimento de 20 milhões de m³ por dia, de gás natural ao Brasil. Com isso, a estatal garante possível fornecimento de gás para a UFN3 (Unidade de Fertilizantes Nitrogenados), em Três Lagoas.
O contrato tem validade de dois anos e volume suficiente para atender as demandas de gás de Mato Grosso do Sul. Quando ativa, a UFN3 deve consumir 2,260 milhões de m³ por dia do combustível.
Segundo a Petrobras, os termos garantem “o fornecimento em equilíbrio contratual para as empresas e a possibilidade de venda adicional de gás pela YPFB para outros importadores brasileiros. Além disso, [há] maior segurança e previsibilidade de suprimento de gás ao mercado atendido pela Petrobras”.
De acordo com a Semadesc, o gasoduto de Mato Grosso do Sul tem capacidade total de 30 milhões de metros cúbicos por dia. Porém, em 2023, registrou a passagem média de 14 milhões de metros cúbicos de gás oriundos da Bolívia.
Fornecimento será feito pela MSGÁS à UFN3
A MSGás (Companhia de Gás de Mato Grosso do Sul) será responsável pela distribuição do gás natural vindo da Bolívia, para a UFN3. Quando concluída, a indústria de fertilizantes deve posicionar Mato Grosso do Sul na produção do insumo, além de aumentar a arrecadação de ICMS devido ao consumo de gás.
A previsão é de que a indústria entre em operação em 2026 e o ramal de fornecimento de gás já está pronto. Atualmente, a MSGás atende 16 mil unidades consumidoras de gás natural.
Entre 2024 e 2029, pretende aplicar R$ 189 milhões na expansão de redes de canalização de Gás Natural, com previsão de expansão para as cidades de Sidrolândia, Bataguassu (entre postos de Gás Natural Veicular e GN para indústria).
Petrobras deve retomar obras em 2024
Em novembro deste ano, a Petrobras informou que a retomada da construção da fábrica de fertilizantes UFN3, localizada em Três Lagoas, para 2024. A expectativa é de que a conclusão da obra ocorra em um prazo de até dois anos. A obra foi listada como em estudo pelo Novo PAC (Programa de Aceleração do Crescimento).
A UFN3, quando concluída, terá um papel fundamental na redução da dependência brasileira em 15% dos nitrogenados, contribuindo para a autonomia nacional no setor de fertilizantes.
Com 81% da obra realizada, a construção foi paralisada no final de 2014. A fábrica de fertilizantes foi projetada para consumir diariamente 2,3 milhões de metros cúbicos de gás natural, fazendo a separação e os transformando em 3.600 toneladas de ureia e outras 2.200 toneladas de amônia por dia.
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