A porta-voz do ministério de Relações Exteriores da China, Mao Ning, pediu, nesta quinta-feira (11), que os Estados Unidos não “se intrometam” nas eleições presidenciais de Taiwan, marcadas para sábado (13). A declaração acontece após Washington anunciar que enviaria uma delegação informal bipartidária à ilha após a votação.
+ Leia todas as notícias sobre concurso público
+ Taiwan detecta nova incursão de exército chinês com mais de 103 aviões
“Os Estados Unidos não devem interferir nas eleições de Taiwan sob qualquer forma. A China opõe-se firmemente a qualquer forma de intercâmbio oficial entre os Estados Unidos e Taiwan. A questão de Taiwan está no centro dos interesses da China e constitui a primeira linha vermelha intransponível nas relações sino-americanas”, disse Mao Ning.
As eleições em Taiwan acontecem no momento em que Estados Unidos e China tentam retomar os diálogos. Isso porque Pequim continua reivindicando a ilha de Taiwan, separada por uma guerra civil em 1949. Washington, por sua vez, defende explicitamente a soberania do território e já prometeu enviar pacotes militares em caso de invasão.
Nos últimos meses, os países trocaram ameaças, o que aumentou a tensão na relação China-EUA. Enquanto Pequim defende que Taiwan é um “assunto puramente interno da China”, o presidente norte-americano, Joe Biden, já alertou que o país está “flertando com o perigo”, dizendo que o cenário pode ficar semelhante à invasão russa na Ucrânia.
+ Neutralidade do Brasil pode ficar em xeque diante do conflito EUA-China
Em relação às eleições, o vice-presidente Lai Ching-te, candidato à presidência pelo Partido Democrático Progressista (DPP), é uma das principais preocupações da China. Isso porque o político defende a independência de Taiwan e já pediu que a população não se deixe influenciar pelas ameaças de Pequim. Ele disputa o pleito com Hou Yu-ih, candidato de oposição do Kuomintang (KMT), e Ko Wen-je, do Partido do Povo de Taiwan (TPP).