Em meio ao tempo seco e às altas temperaturas registradas em algumas cidades, o Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia) alertou para baixa umidade do ar em 2.511 cidades e uma nova onda de calor em outros 1.229 municípios. A maioria das cidades são de estados das regiões Norte, Nordeste, Centro-Oeste e Sudeste. Nos avisos, que começam nesta quinta-feira (5), o instituto indica “perigo potencial” para baixa umidade e “perigo” para onda de calor.
A seca tem afetado cidades como Brasília, que na terça-feira (3) registrou a umidade mais baixa da história, de 7%, e Cuiabá e Porto Velho, que nesta semana registraram recordes de temperatura, com 42ºC e 39ºC, respectivamente. Os fenômenos ocorrem devido a uma massa de ar seco que se espalha pelo país.
Os alertas do Inmet para esta quinta indicam que a temperatura pode ficar 5ºC acima da média por um período de três a cinco dias. A umidade relativa do ar deve variar entre 30% e 20%.
Risco de incêndios
Devido à baixa umidade, o instituto também alerta para os riscos de incêndios no país. Nas últimas semanas, algumas cidades vêm enfrentando uma onda de queimadas.
Em agosto, o Brasil registrou 68.635 queimadas, o quinto pior mês da série histórica iniciada em 1998, segundo dados do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais).
O índice foi o maior para o mês desde 2010, quando foram computados 91.085 focos de calor. No final de agosto, o Brasil contabilizou ao menos 620 cidades em situação de emergência devido à falta de chuva e aos incêndios florestais. Isso representa 11% do total dos municípios do país.
Segundo um levantamento feito pela Secretaria Nacional de Proteção e Defesa Civil, nos últimos cinco anos, incêndios florestais causaram danos de pelo menos R$ 1,35 bilhão ao setor privado e R$ 13,56 milhões à área pública, além de terem afetado 5 milhões de pessoas. Pecuária, assistência médica e segurança pública foram os setores mais atingidos.
Em São Paulo, por exemplo, os incêndios que afetam a região deixaram 48 municípios em estado de alerta para novos incidentes. De acordo com o CGE (Centro de Gerenciamento de Emergências), que reúne várias secretarias e órgãos do governo paulista, 270 famílias de Pradópolis, localizada na região de Ribeirão Preto, foram forçadas a deixar suas casas devido às queimadas na região. Ao menos 800 pessoas tiveram que deixar as residências.
Ano mais quente
Um levantamento do Inmet apontou que 2023 foi o ano mais quente da série histórica do Brasil. Com média de 24,9ºC, as temperaturas ficaram 0,69 °C acima da média histórica de 1991/2020, que é 24,23ºC.
Ao longo do ano, o Brasil enfrentou ao menos oito episódios de onda de calor, que podem ser explicados pelo fenômeno El Niño, que tende a favorecer o aumento da temperatura em várias regiões do planeta.
Fonte: R7