Os passageiros do transporte coletivo de Campo Grande enfrentam diariamente os riscos que o sucateamento da frota do Consórcio Guaicurus proporciona. Ônibus velhos, quebrando no meio do trajeto, com porta sustentada por sacola plástica, goteiras e até mesmo pegando fogo são os acontecimentos mais recentes relatados por leitores do Jornal Midiamax.
No entanto, durante coletiva de imprensa na manhã na última terça-feira (7), o novo CEO dos empresários do ônibus, Themis Oliveira, minimizou os problemas apontados pela população.
Ao ser questionado sobre o sucateamento da frota, que é uma realidade vivida pela população, Themis rebateu: “Se levar em conta o número de problemas que temos, são estatisticamente muito poucos”.
Apesar de afirmar que irá se ‘aproximar da população’, o Consórcio Guaicurus ignora o problema. “Vou convidar a imprensa para conhecer nossas garagens. Eu fiz um tour e vocês vão se surpreender com a organização e manutenção dos ônibus”, disse o CEO, sem falar sobre possível renovação da frota.
O sucateamento da frota, resultando em problemas recorrentes de paradas de ônibus e atrasos, é a principal reclamação de quem de fato é usuário do transporte público de Campo Grande.
Em 2023, em meio a muitas reclamações, o Consórcio Guaicurus anunciou renovação de 71 ônibus. Porém, Campo Grande tem 182 ônibus ‘vencidos’ com 10 anos de idade, rodando normalmente.
Há anos, o Jornal Midiamax denuncia o descumprimento contratual por parte dos empresários de ônibus em Campo Grande, que mantêm frota velha e sucateada. A idade média dos ônibus que rodam na cidade ultrapassava em 2022 os 8 anos, enquanto a concessão permite idade média de 5 anos.
A realidade dos passageiros: problemas com frota sucateada
No dia 27 de dezembro, ônibus do Consórcio Guaicurus que fazia a linha 080 pegou fogo ao passar pelo corredor de ônibus da Rua Rui Barbosa, entre a Dom Aquino e a Marechal Rondon, no centro de Campo Grande.
O incêndio só foi controlado graças a uma comerciante que emprestou um extintor para combater as chamas, já que o que estava no ônibus não funcionou. Passageiros desceram às pressas para escapar do fogo. Ninguém se feriu.
Uma usuária de transporte público de Campo Grande fez uma denúncia nas redes sociais relatando problemas de manutenção em alguns ônibus operados pelo Consórcio Guaicurus. A usuária observou que na linha 072 (Terminal Morenão/Nova Bahia) o ônibus estava com a tampa do ralo de escoamento de água ausente, o que comprometeu a segurança e o conforto dos passageiros.
Já no dia seguinte, na linha 120 (Aero Rancho/Morenão), foi relatado que uma das portas do ônibus estava sendo presa com uma sacola plástica, medida inadequada que, segundo a denúncia, colocaria em risco a integridade do transporte.
Já na linha 062 (Terminal Moreninhas ao Centro), passageiro flagrou o volante em condições precárias, com fita isolante.
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