Flamengo produz pouco, mas é eficiente e terá que controlar ansiedade para ser campeão carioca

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No primeiro jogo da final do Campeonato Carioca, na noite de quarta-feira, o Flamengo de Filipe Luís fez o que não conseguiu nos dois jogos anteriores contra o Fluminense: foi eficiente. Sem ser brilhante, o time forçou o erro do adversário e abriu vantagem magra na decisão do Estadual. Poderia ter ficado mais perto do título, porém, também errou e correu riscos no 2 a 1 no Maracanã.

O resultado derruba a incômoda estatística de o Fluminense ser o único rival que Filipe Luís não tinha vencido até então e deixa o Flamengo mais tranquilo para a decisão de domingo. Algo que faltou em alguns momentos na primeira partida.

O jogo de quarta-feira foi digno de final não pelo nível técnico apresentado pelas equipes, mas pelo equilíbrio das ações, com Fla e Flu alternando os momentos de controle. Foi um clássico competitivo.

Postura passiva

O gol cedo condicionou o primeiro tempo do Flamengo. Em grande fase, Wesley – recém-convocado para a seleção brasileira – abriu o placar aos 5 minutos com um chute cruzado de fora da área. O bom início do time passou pelas movimentações do lateral-direito, ora atuando por dentro, ora alargando o campo. No lance do gol, Arrascaeta ainda inibiu o movimento de Fuentes, que acompanhou o camisa 10 e deu liberdade para Wesley, com a confiança em alta, tentar a finalização.

Wesley comemora com companheiros de Flamengo gol contra o Fluminense — Foto: André Durão

Wesley comemora com companheiros de Flamengo gol contra o Fluminense — Foto: André Durão

O bom momento do Flamengo durou até os 15 minutos, período em que o time conseguiu ter a posse bola (mais de 60%) e controlar o jogo. A vantagem fez a equipe baixar as linhas de marcação e convidar o Fluminense para o seu campo. Neste momento, o Fla não conseguiu valer a estratégia de recuperar a bola na defesa e investir na velocidade para surpreender o rival. Houve ansiedade no momento de acelerar as jogadas, com os meias participando pouco da construção.

Flamengo, com mais jogadores de criatividade, como De la Cruz, Gerson e Arrascaeta, perdeu o meio de campo e deixou os atacantes isolados. O controle passou para o Flu, que, aos 25 minutos, já havia equilibrado a posse de bola (48%). Defensivamente, o Fla correu riscos. Fechou a entrada da área, mas cedeu muitos espaços pelos lados, por onde o Tricolor chegou com perigo três vezes até criar sua melhor chance na primeira etapa.

Aos 31 minutos, Arias dominou a bola na intermediária, deixou dois marcadores para trás, passou pelos zagueiros rubro-negros na trombada e chutou para fora, cara a cara com Rossi.

Foi um choque para o Flamengo, que retomou o controle depois dos 40 minutos. Justamente quando passou a encaixar a bola longa e Gerson caiu mais pelo lado direito. O meia chegou bem aos 41, com uma finalização travada que sobrou para Pulgar chutar e obrigar Fábio a espalmar para escanteio, e aos 44, com um cruzamento para Luiz Araújo, que ajeitou para Arrascaeta bater de primeira para fora. O time de Filipe reequilibrou as ações antes do intervalo.

A baixa produtividade do Rubro-Negro tem relação com as poucas opções de Filipe para o clássico. O treinador perdeu Bruno Henrique, que se juntou a Michael e Cebolinha no departamento médico. Luiz Araújo, que costuma entrar no segundo tempo e incendiar o jogo, começou jogando. Não havia elementos surpresa no banco de reservas.

Estratégia encaixa

A estratégia que não entrou no primeiro tempo passou a funcionar na etapa final, e o Flamengo conseguiu forçar o erro do Fluminense. O time soube recuperar a bola no campo de defesa e fazer rapidamente a ligação com o ataque para surpreender o adversário. Luiz Araújo e Arrascaeta participaram melhor desses momentos. Neste cenário, o Fla tem ainda a vantagem de ter zagueiros que sabem construir desde trás e quebrar as linhas adversárias.

O Fla usou bastante a saída de bola envolvendo o goleiro Rossi e chamando a pressão do Fluminense para sair em velocidade e em vantagem. A bola longa encaixou na primeira grande chance, com Pulgar lançando Gerson, aos 7 minutos. O meia partiu em velocidade e tocou atrás para Arrascaeta. O uruguaio chutou, a bola desviou, e Fábio fez a melhor defesa do jogo.

O time aumentou sua presença no ataque com a entrada de Juninho, que teve duas chances em sequência e contou com a sorte para ampliar o placar. Depois de um chute para fora aos 29, o atacante aproveitou desvio de Ignácio para enganar Fábio e fazer 2 a 0.

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Juninho comemora gol do Flamengo contra o Fluminense — Foto: André Durão

Juninho comemora gol do Flamengo contra o Fluminense — Foto: André Durão

A jogada saiu de um erro de saída de Ignácio, que entregou a bola nos pés de De la Cruz. Eficiente, o Flamengo trocou passes rápidos, com a bola passando por Luiz Araújo, Gerson e Arrascaeta antes de sobrar para Juninho. Naquele momento, o Fluminense ainda não havia finalizado no gol na segunda etapa. A boa vantagem estava encaminhada, não fosse a ansiedade rubro-negra.

Com o 2 a 0 no placar e a partida sob controle, o Fla poderia ter desacelerado o jogo. Em uma das tentativas de subir em velocidade, a bola voltou ao Fluminense no seu campo de ataque. Arias inverteu para Fuentes, muito livre, cruzar para um gol improvável de Keno, que subiu no meio de Pulgar e Léo Ortiz e diminuiu o marcador, aos 42. A vantagem ainda é rubro-negra, mas o gol tricolor deu novos contornos à finalíssima de domingo, às 16h, novamente no Maracanã.

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