A ansiedade se refere a um sentimento natural do ser humano que, via de regra, proporciona a capacidade de antecipar possíveis situações de risco e, desta forma, preparar-se para os desafios que se apresentam no cotidiano, seja na vida pessoal, na escola, no trabalho, enfim nos diversos segmentos. Outrossim, quando esta emoção é de maneira muito intensa, gerando preocupações desproporcionais no que concerne aos problemas efetivamente existentes, e isso se dá de forma contínua, pode vir a se transformar em um transtorno, que certamente irá afetar profundamente o comportamento humano e causar dissabores, seja em termos pessoais ou mesmo profissionais.
Na sociedade atual, onde as mudanças ocorrem de maneira muito célere, onde os valores e a exigências ao ser humano são cada vez mais crescentes, a ansiedade ganha uma importância significativa, sobretudo quando extrapola os limites aceitáveis e perde o sentido de um sentimento positivo às pessoas e passa a interferir nas relações, em nível familiar, social, na educação e no exercício das atividades profissionais.
Assim, os gestores precisam pensar em ações a serem desenvolvidas no sentido de superar os efeitos negativos da ansiedade, de modo que isso não venha a comprometer o clima organizacional e, em consequência, afetar a produtividade e alcance das metas e objetivos, o que viria a colocar em risco a sustentabilidade das organizações.
Trata-se, portanto, de uma questão que não pode, em hipótese nenhuma, ser ignorada pelos gestores das organizações, devendo, por conseguinte, identificar sua ocorrência e agir proativamente, recomendando-se algumas práticas que permitam mitigar a ansiedade negativa no ambiente organizacional, tais como: Criar um clima humanizado nas relações interpessoais, seja em termos dos níveis hierárquicos, seja de forma horizontalizada, junto às equipes de trabalho, o fomento às ações culturais, atividades físicas, esportivas e de lazer, melhorar a comunicação interna, mais objetiva e assertiva, oportunizar a participação plena dos colaboradores no dia a dia organizações, com foco no momento presente, bem como evitar comparações que possam, de alguma forma, gerar constrangimentos, efetuar o nivelamento conceitual dos colaboradores, de tal modo que todos estejam cientes da missão institucional, das crenças e valores, propiciando assim, o comprometimento e o engajamento dos colaboradores, e nas situações de maior gravidade, se utilizar da ajuda de profissionais especializados e que notoriamente tenham a expertise necessária para diagnosticar os problemas e propor soluções.
Lembrando, entretanto, que não existem soluções mágicas, porquanto as organizações cada uma delas tem as suas especificidades, o que requer um plano de atuação que seja consoante à cultura organizacional e à realidade que se apresenta.
Marco Aurélio Barbosa D’Oliveira.
